Por: ALDO MAES DOS ANJOS (Autor da Revista CARTUM).
Trata-se de uma sequência de crônicas interligadas,
de incentivo à prática da leitura e também da escrita.
Na minha opinião, um bom texto
não é aquele que impõe a opinião particular do seu autor, e sim, aquele que
consegue ouvir e respeitar as opiniões divergentes. Conversando com as pessoas
comuns, ouvindo atentamente os mais entendidos em cada assunto sem menosprezar
os leigos e lendo textos de diferentes fontes acerca de um tema específico, pode-se juntar
as ideias necessárias para se produzir uma boa história!
O artista que deseja
ser escritor deve aprender a absorver as impressões que o mundo lhe transmite,
sem preconceitos ou pensamentos limitantes.
Para que o artista escreva
bons roteiros, é necessário que aprecie a leitura de livros, revistas e
jornais, seja bem informado, converse bastante e, antes de tudo, SAIBA
conversar. Para SABER conversar, desapegue-se de suas convicções, receios,
paradigmas em geral e entregue-se a uma troca de energia sonora com outro
indivíduo, seja qual for sua idade, raça, filosofia política, time de futebol,
congregação religiosa, classe social ou nível cultural.
Basta estar atento para
perceber como cada indivíduo é um universo distinto com reações diferentes dos
outros. Logo, cada personagem deverá ter embutida uma personalidade singular
que lhe conceda o papel de protagonista em determinados temas.
Permita-se ouvir o que a outra
pessoa tem a dizer, sem exigências. Ouça atentamente os mais esclarecidos,
escute com atenção as crianças e os idosos, pois todos possuem uma impressão
diferente da vida. Mas, acima de tudo, não se limite a grupos específicos...
converse com toda a humanidade!!
Não faça dos seus textos uma doutrinação
ideológica, e sim, um diálogo a quem estiver aberto para recebê-lo!! Declarando
a sua opinião, sem falsidade, mas aceitando as diferenças e objeções com o
máximo respeito. Quando um não quer, dois não brigam.
Não precisa basear-se apenas
nas suas experiências próprias. Pode buscar temas, características, dados e
informações adicionais que agreguem valor ao roteiro, através de pesquisas na
Internet, livros, jornais, etc. Exemplo: Personagem indígena (ver costumes,
tradições e trajes típicos indígenas, formas de expressão e habitação da
aldeia, representados com o devido respeito); Cenário Pitoresco (para
enriquecer uma HQ que se passa em determinado estado ou país, pode-se pesquisar
sobre hábitos e costumes locais, pontos turísticos, vegetação, clima,
alimentação, etc.).
Enfim, ao escrever HQs (e
outros textos) podemos incluir interessantes informações históricas,
geográficas, culturais ou sociais obtidas em rápidas navegadas na internet (em
fontes confiáveis) ou visitas à biblioteca. Afinal, HQ também é cultura. E é
uma possibilidade de transmitir aos leitores algo que lhes acrescente valor à
vida e lhes motive a continuar persistindo naquilo que é correto.
Estas são as primeiras
providências a se tomar ao ter em mente escrever um roteiro. Mas o detalhe é
que a “hora de ter ideias” não é a gente que decide. Acontece no dia-a-dia, nos
horários mais improváveis. Quando menos se espera, lavando louça, tomando
banho... CLIC... acende uma lampadazinha do lado da cabeça e uma grande ideia
se apresenta, em momento inoportuno. O negócio é desenvolver um “Caderno de
Anotar Ideias”!!
Continua...