(Por ALDO MAES DOS ANJOS - Autor da Revista CARTUM)
Quem nos acompanha sabe que ultimamente publicamos diversas crônicas incentivando a prática da leitura.
Agora vamos mudar o foco do leitor que está acompanhando estas crônicas interligadas, para o ponto de vista de um escritor.
Quem escreve está movido por um impulso incontrolável de registrar uma ideia que pode ou não ser transmitida a seus semelhantes por meio da impressão física ou da postagem virtual. Ideia é uma energia que uma mente produz e transmite a outra, chegando de inúmeras maneiras. Desde uma mensagem no whatsapp, até sinais de fumaça indígenas. O livro também é um veículo de ideias, ou uma conversa entre dois intelectos, onde um deles está ausente, sendo representado por suas palavras, mesmo que centenas de anos após o seu falecimento.
Em meio a tantas palavras que a nossa mente vai fornecendo, devido
ao impulso de escrever, aparecem umas que a gente não sabe direito de onde veio,
mas que se encaixam perfeitamente naquilo que está sendo dito. Este, talvez, tenha
sido o motivo de todo o empenho de buscar caneta, abrir caderno e esfregar o
punho no papel por um tempo prolongado, espremendo os neurônios para eles produzirem
algo de bom.
Quem escreve e publica, coloca a sua ideia no grande buffet
literário da vida, onde os leitores praticantes vão servir-se esporadicamente e
absorver um pouco desta energia.
Isso acontece quando a energia da ideia registrada pelo
escritor provoca um insight neste
leitor, no sentido de auxiliar um processo de compreensão da vida particular do
praticante de leitura. Esta percepção ampliada já estava prestes a acontecer, mas
a energia do livro foi o gatilho para que a visão viesse a existir. O insight do leitor pode ser desde uma
ideia besta pra resolver um problema trivial, ou quem sabe uma decisão
revolucionária que mudará toda a continuidade da sua existência, possivelmente
para muito melhor. E tudo o que o nosso planeta precisa é de mais gente
resolvida e menos gente causando problemas.
Muitos tornam-se escritores, como fonte de renda hoje em dia. Mas não acredito que este seja o caminho. É muito bom ganhar dinheiro, mas, quem quiser tornar-se escritor, em primeiro lugar, tem que gostar muito desta simbiose literária entre livro e leitor, além de compreender a responsabilidade que representa o ato de inserir ideias aleatoriamente na cabeça dos outros. O retorno financeiro acaba tornando-se uma consequência do bom uso da técnica de troca de energias mentais com o leitor.
Para isso é fundamental que sua essência seja elevada,
enaltecendo as virtudes e incentivando a prática do bem. O nosso mundo já tem
ódio e rancor que chega. Vamos ser nós os representantes da mentalidade
positiva, vibrante e bem-intencionada para dar um choque de esperança na
humanidade, até onde possamos atingir. Esta é a parte que nos compete.
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