sábado, 3 de junho de 2023

VISÃO DO ESCRITOR

(Por ALDO MAES DOS ANJOS - Autor da Revista CARTUM)

Quem nos acompanha sabe que ultimamente publicamos diversas crônicas incentivando a prática da leitura.

Agora vamos mudar o foco do leitor que está acompanhando estas crônicas interligadas, para o ponto de vista de um escritor.

Quem escreve está movido por um impulso incontrolável de registrar uma ideia que pode ou não ser transmitida a seus semelhantes por meio da impressão física ou da postagem virtual. Ideia é uma energia que uma mente produz e transmite a outra, chegando de inúmeras maneiras. Desde uma mensagem no whatsapp, até sinais de fumaça indígenas. O livro também é um veículo de ideias, ou uma conversa entre dois intelectos, onde um deles está ausente, sendo representado por suas palavras, mesmo que centenas de anos após o seu falecimento.

Da onde vem a ideia, ninguém sabe. Mas é como se uma antena receptora em nós, captasse as ideias desde uma fonte inesgotável, localizada em alguma parte do universo.

Em meio a tantas palavras que a nossa mente vai fornecendo, devido ao impulso de escrever, aparecem umas que a gente não sabe direito de onde veio, mas que se encaixam perfeitamente naquilo que está sendo dito. Este, talvez, tenha sido o motivo de todo o empenho de buscar caneta, abrir caderno e esfregar o punho no papel por um tempo prolongado, espremendo os neurônios para eles produzirem algo de bom.

Quem escreve e publica, coloca a sua ideia no grande buffet literário da vida, onde os leitores praticantes vão servir-se esporadicamente e absorver um pouco desta energia.

Isso acontece quando a energia da ideia registrada pelo escritor provoca um insight neste leitor, no sentido de auxiliar um processo de compreensão da vida particular do praticante de leitura. Esta percepção ampliada já estava prestes a acontecer, mas a energia do livro foi o gatilho para que a visão viesse a existir. O insight do leitor pode ser desde uma ideia besta pra resolver um problema trivial, ou quem sabe uma decisão revolucionária que mudará toda a continuidade da sua existência, possivelmente para muito melhor. E tudo o que o nosso planeta precisa é de mais gente resolvida e menos gente causando problemas.

Muitos tornam-se escritores, como fonte de renda hoje em dia. Mas não acredito que este seja o caminho. É muito bom ganhar dinheiro, mas, quem quiser tornar-se escritor, em primeiro lugar, tem que gostar muito desta simbiose literária entre livro e leitor, além de compreender a responsabilidade que representa o ato de inserir ideias aleatoriamente na cabeça dos outros. O retorno financeiro acaba tornando-se uma consequência do bom uso da técnica de troca de energias mentais com o leitor.



No começo da revista CARTUM, eu publicava toda e qualquer piada na revista, bastava ser engraçada. Com o passar dos anos que eu fui me conscientizar da influência social que as palavras da revista possibilitavam, dentro das famílias e em todas as faixas etárias, classes sociais e níveis intelectuais. E desde então busco uma inspiração que acrescente algo a estes leitores para que, de alguma forma, eles sintam-se enriquecidos após a leitura.

Para isso é fundamental que sua essência seja elevada, enaltecendo as virtudes e incentivando a prática do bem. O nosso mundo já tem ódio e rancor que chega. Vamos ser nós os representantes da mentalidade positiva, vibrante e bem-intencionada para dar um choque de esperança na humanidade, até onde possamos atingir. Esta é a parte que nos compete.

                                                                                                                              

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