Muita gente tem uma certa aversão a Histórias em Quadrinhos, hoje em dia. E sabe por quê? Foram contaminados, geração após geração, por celebridades que em outros tempos influenciavam as pessoas com argumentos anti-quadrinhos envolvendo interesses nefastos de quem visa o atraso da capacidade humana para que assim a sociedade possa ser melhor manipulada. Afinal, a leitura vai abrir horizontes, trazer pensamentos e idéias novas que ISTO SIM seria perigoso para o sistemão.
No início da década de 50, o psicólogo alemão naturalizado
norte-americano Fredrick Werthan publicou uma obra que teve grande influencia
sobre o futuro das histórias em quadrinhos. O Livro Sedução de Inocentes acusava
os gibis de provocarem preguiça mental e delinqüência juvenil. Para Werthan, as
crianças que liam quadrinhos se tornariam marginais e perderiam completamente o
gosto pela leitura.
A campanha de Werthan contra os quadrinhos teve início em
1948, com a publicação do artigo Horror in The Nursey na revista Collier. Como
resultado direto do artigo, houve uma queima pública de quadrinhos na cidade de
Birghnton, Nova York.
Depois disso os jornais e revistas começaram a publicar
crimes juvenis inspirados por revistas em quadrinhos. As crianças logo
aprenderam que uma maneira fácil de se eximir da responsabilidade por seus atos
era colocar a culpa nos gibis.
Hoje em dia as pesquisas de Werthan são motivo de piada nos
meios científicos, mas tiveram grande repercussão, criando um preconceito
contra essa mídia que existe até hoje.
No Brasil não foi diferente. Você sabia que gente como a poetisa Cecília Meirelles e o compositor Ary Barosso eram inimigos declarados das histórias em quadrinhos, taxando como "subliteratura infantil"? E que por outro lado, o escritor Jorge Amado e o jornalista e escritor Nelson Rodrigues eram ferrenhos defensores do gênero? Essa e outras (boas) histórias estão no livro "Guerra dos Gibis", do jornalista Gonçalo Junior. A leitura faz até termos raiva de certos famosos. O livro ainda conta com o Adolfo Aizen, fundador da Ebal, o qual tomou para si a missão de defender o gênero diante da perseguição promovida por certas personalidades com viés moralista, mas que tinham fins políticos por baixo dos panos.
Pois bem: existem quadrinhos bons e quadrinhos ruins. Assim como existem livros bons e ruins. O que não se pode é generalizar todo um segmento que proporciona o interesse pela leitura da mais tenra infância até adultos que ainda não são leitores costumazes. Um cidadão que lê com frequência, tem mais condições de pensar por si mesmo e deixar de ser conduzido pela lavagem cerebral da mídia. A revista CARTUM está aí a 17 anos, possibilitando momentos gratuitos de boa leitura!!
BORA LER QUADRINHOS!!
Obs: Informações sobre o livro "A Guerra dos Gibis" obtidas de postagem do Clayton Godinho no grupo do facebook "Quadrinhólatras".
Informações sobre o livro "Sedução de Inocentes" obtidas através de postagem do Gian Danton, também no Facebook.
Nenhum comentário:
Postar um comentário