domingo, 11 de junho de 2023

Crônica: "DA ONDE VEM A INSPIRAÇÃO?"

 Por: ALDO MAES DOS ANJOS (Autor da Revista CARTUM).

 



Muitos leitores invariavelmente me fazem a mesma pergunta: DA ONDE VEM TANTA IDEIA para escrever as historinhas? De tanto responder a esta questão, acabei desenvolvendo um "modus operandi" particular de produção dos roteiros dos quadrinhos, o qual tive a “inspiração” de colocar no papel para transmitir aos interessados, o qual faço uso há mais de duas décadas.

PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

Quando se planeja produzir um roteiro, seja para quadrinhos, teatro, cinema, redação, etc., os detalhes mais importantes a serem definidos são, nesta ordem:

1)  Qual vai ser o gênero de literatura (romance, aventura, suspense, policial, comédia, terror, ficção, etc.);

2)  Qual vai ser o tipo de narrativa (diálogo ou monólogo, com texto ou muda, se é na 1ª pessoa ou na 3ª, etc.);

3)  Assunto abordado (alguns temas merecem uma pesquisa física ou virtual para anotação de informações que venham a enriquecer o conteúdo deste texto);

4)  Detalhes importantes (é importante relacionar todos os detalhes importantes que não podem passar despercebidos, para que a cena seja melhor interpretada. Ex: se é calor ou frio, se é dia ou noite, para que tal detalhe seja representado de alguma maneira visível no texto e também no desenho);

5)  Quais personagens vão participar da história e suas respectivas características e graus de importância no contexto do roteiro.

E AGORA?

Definidos os quesitos básicos acima, vem à mente a terrível batalha que se trava entre a caneta e o papel em branco: e agora? De onde vêm as ideias? O momento da concepção imaginária de um texto é um instante mágico em que entramos em contato com uma fonte criativa inesgotável. Quando selecionamos os itens descritos acima, estamos sintonizando uma rádio na frequência da estação que se quer ouvir. Sintonizamos nossa mente no canal da criação.

Definidas as primeiras providências, o passo seguinte é aquietar a mente, sossegar o facho, calar a voz que resmunga o tempo todo na nossa cachopa: o insuportável “eu mesmo”.

Não é tarefa das mais fáceis, tem que desenvolver alguma técnica. Eu sugiro, por exemplo, a respiração profunda, com os olhos fechados, observando os pensamentos sem remorso, mas não desenvolvendo nenhum deles racionalmente. Apenas existindo por alguns momentos, relaxando o raciocínio. Enquanto aspira profundamente o ar, sinta que uma ideia criativa desconhecida está entrando pelas narinas, assim como o oxigênio renova o interior dos pulmões. Quando soltar o ar (lentamente), elimine junto tudo o que pode bloquear sua inspiração: os medos, as mágoas, as chateações, os sentimentos ruins... tudo saindo pelas ventas, junto com o bafo quente que a gente não precisa mais.

Depois de algum tempo de persistência, quando sentir sua mente harmonizada e tranquila, separe uma folha para rascunho (no caderno ou no Word), e coloque todas as ideias que vierem à mente. Pode riscar, rasurar, reescrever e amassar a folha, se for preciso, para começar de novo.

 (continua...)

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