domingo, 12 de setembro de 2021

ESCOLAS CANADENSES QUEIMARAM VÁRIOS ÁLBUNS DE TIMTIM E ASTERIX SOB ALEGAÇÃO DE RACISMO

 


Algumas das bibliotecas escolares, no Canadá, viram desaparecer das suas estantes os álbuns do Tintim, Astérix, Lucky Luke e livros como Pocahontas. Cerca de 4700 obras, que estavam em bibliotecas de 30 escolas no Canadá, foram queimados, com o objetivo de combater estereótipos negativos em relação a povos indígenas. A decisão partiu do Conselho Escolar Católico de Providence, composto por 30 escolas no sudoeste de Ontário, e que considerou que as obras apresentam contornos racistas. O caso possivelmente em 2019 e foi liderado por Suzy Kies, membro do partido do atual primeiro-ministro canadiano, e que, atualmente, se encontra em campanha eleitoral, porém só essa semana, se tornou público. A revelação foi feita pela Radio-Canada, na última terça-feira (7), que teve acesso a um vídeo onde se vê uma cerimónia da queima. No vídeo, Suzy Kies explica que se vão “enterrar as cinzas do racismo, da discriminação e dos estereótipos na esperança de crescer num país inclusivo, onde todos possam viver com prosperidade e segurança”. Depois de queimar os livros, as cinzas foram usadas como fertilizante para plantar uma árvore. Entre os livros queimados, estão várias álbuns de quadrinhos, romances e enciclopédias. O uso de palavras como “índio”, “esquimó” ou “pele vermelha”, como acontece nos livros de Tintin ou Astérix, é, para o Conselho Escolar Católico de Providence, considerado ofensivo. Consideram ainda que as mulheres indígenas, que aparecem em livros como Astérix e os Índios ou Pocahontas, são sexualizadas. Com a escalada de atenção que este caso está e com a polémica que gerou, Suzy Kies acabou por se demitir, tendo dito, citada pela Radio Canada, que “as pessoas entram em pânico com a queima de livros, mas estamos a falar de milhões de livros que trazem imagens negativas dos indígenas, que perpetuam estereótipos e que são realmente danosos e perigosos”. A queima dos livros tem provocado várias críticas, sobretudo, de alguns dos autores dos livros, que se queixam de serem alvo de censura.

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