Este aqui abaixo é o Pafúncio que todo mundo conhece, das histórias da revista CARTUM, mas antes dele houve um OUTRO PAFÚNCIO!!
Quando batizei o personagem narigudo e com barbicha acima de PAFÚNCIO, eu nem imaginava que já tinha existido um outro personagem com esse nome, o qual foi desenhado nos EUA entre 1913 e 2000 (no ano seguinte, em 2001, foi publicada a primeira revista CARTUM com o Pafúncio daqui). O Pafúncio de lá parou de ser publicado no Brasil em 1970.
Naquela época, eu conhecia muito pouco de quadrinhos e nem sonhava em poder fazer pesquisas na internet. O nome Pafúncio eu escolhi por ser um nome raríssimo e dificilmente as atitudes incomuns do Pafúncio (personagem) iriam ofender ou chatear alguém com o mesmo nome que pudesse vir a ser perseguido pela comparação. Eu costumava ler esse nome em histórias do Penadinho, o fantasma da turma da Mônica. Muitas histórias traziam esse nome como fantasmas recém desencarnados que apareciam no cemitério, de repente. A escolha deste nome, por parte da equipe do Maurício de Souza, provavelmente deveria ter motivos semelhantes.
Conheça um pouco mais sobre o Pafúncio "desativado", através da resenha publicada no Guia dos Quadrinhos:
Nome original: Jiggs
Licenciador: King Features Syndicate
País de origem: Estados Unidos da América
Criado por: George McManus
O hilário Pafúncio foi criado para os jornais americanos em 1913, dentro da série “Bringing Up Father”, publicada em forma de tiras em preto-e-branco. Trata-se de um imigrante irlandês que ficou milionário apostando em cavalos de corrida.
O curioso é que, no início, a personagem em destaque da série era a filha Nora, e é por isso que a historieta tem o nome de “Bringing up father” (que significa “Educando papai”), pois cabia à fina e sofisticada moça educar o pai ignorante e sua mãe, a feiosa Marocas. Mas a bela Nora acabou desaparecendo com o passar dos anos, ficando em destaque seus engraçados pais, a ponto da série ficar conhecida no Brasil de “Pafúncio e Marocas” (ou “Vida apertada”).
Apesar de rico, Pafúncio é rejeitado no “jet set”, por seu jeito novo-rico, boêmio e mulherengo, para desespero de sua "patroa", a feiosa, brega e ciumenta Marocas, que sonha em entrar na fina roda.
Para criar a HQ, o autor teria se inspirado em “The rising generation", comédia musical de William Gill e estrelada por Billy Barry, um humorista irlandês baixinho e gordinho que interpretava um personagem chamado Martin McShayne.
E Pafúncio foi ganhando cada vez mais popularidade. Em 1918 surgiu a página dominical colorida. 10 anos depois, um filme com J. Farrell MacDonald como Pafúncio. A partir de 1946, Joe Yule estrelou um longa que deu origem a quatro sequências: “Jiggs and Maggie in society” (“Pafúncio e Marocas na sociedade”, 1947), “Jiggs and Maggie in court” (“Pafúncio e Marocas na corte”, 1948), “Jiggs and Maggie in Jackpot Jitters” (1949), “Jiggs and Maggie out west” (1950).
A historieta durou 87 anos, sendo publicada até 28 de maio de 2000. No Brasil, a página dominical de “Bringing up father”, com a assinatura de McManus, foi publicada no jornal “Diário da Noite”, sem as cores, como “Vida apertada”. Ao que parece, a última tira de “Vida apertada” publicada no “Diário”foi em 1951. As tiras diárias (em preto-e-branco) também foram publicadas em diários brasileiros, como “O Globo” (que as publicou entre os anos 50 e 70).
- Antônio Luiz Ribeiro
Propaganda da revista do Pafúncio editada pela RGE nos Anos 60
Criado por George McManus em 1913, foi muito popular durante diversas gerações, inclusive aqui no Brasil, onde há registros de sua publicação entre 1923 e 1989
Uma das mais significativas HQs de todos os tempos.
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