MAPA DA COLÔNIA ITAJAHY
Esta é uma réplica do primeiro mapa da Colônia Itajahy, feito pelo Barão von Schneeburg em 6 de outubro de 1860. Nas linhas abaixo vamos apresentar os detalhes existentes nesse mapa.
Em destaque, na cor azul, temos o rio Itajaí-Mirim. No canto esquerdo do mapa vemos quando o rio Guabiruba se encontra com o Itajaí-Mirim. Note que o rio tinha muitas curvas o que dificultava a vazão das águas nos períodos das chuvas provocando enchentes. Estas curvas foram retiradas nos anos 1960 e 1970 quando foi realizada a retificação do leito do rio. A partir de então, o leito do rio tornou-se mais reto, facilitando a vazão das águas.
A colônia foi instalada no lado esquerdo do rio e nesse ponto muitas pessoas se confundem. Sempre que falarmos em lado esquerdo e lado direito, deve-se imaginar que você está descendo o rio. Assim, a colônia foi instalada no lado esquerdo de quem está descendo o rio.
Do lado direito do rio ficava o local onde viveu o personagem Vicente Só e que depois Pedro Werner instalou sua casa e engenhos em que (em 1860) recebeu os primeiros imigrantes. Repare que esta área está marcada de amarelo. Aparecem naquele local dois ribeirões e uma lagoa, além das construções existentes indicadas por targetas pretas, que indicam a casa e engenhos de Pedro Werner.
Do outro lado do rio, temos o território da Colônia Itajahy. O mapa nos mostra diversas informações, como picadas, morros, barracões e lotes demarcados, como também a área ocupada pelo posseiro Matias Wagner.
A picada que aparece cortando o mapa nos leva aos lotes demarcados. Era uma picada aberta em meio à mata e que foi chamado de “Caminho Novo”. Atualmente, seria atravessar a Av. Cônsul Carlos Renaux, Felipe Schmidt e seguir pela rua São Pedro partindo da ponte estaiada.
Os lotes demarcados eram chamados de “colônias” e cada família de imigrantes recebia uma. A entrega do lote era feita por sorteio para não haver brigas e discussões. Também é possível ver a picada que levava para a Guabiruba, seguindo o rio, que atualmente é a rua Hercílio Luz.
A cruz vermelha indica o local que o Barão escolheu para a construção da igreja que seria construída anos depois. É o mesmo local onde se encontra a igreja matriz hoje.
Próximo do local onde está a cruz estão indicados alguns dos ranchos de recepção (procure os outros ranchos indicados no mapa). Nesses ranchos ficavam os imigrantes recém-chegados até que pudessem se mudar para o seu lote, que tinha de ser demarcado pela equipe responsável. As terras existentes na margem direita pertenciam a alguns proprietários como Pedro Werner, Francisco Sallenthien e Paul Kellner. Em 1867 foi instalada do lado direito do rio a Colônia Príncipe Dom Pedro. No ano de 1869 as terras das duas colônias passaram a formar uma única colônia, chamada de Colônia Itajahy-Príncipe Dom Pedro e que anos mais tarde daria origem a Brusque.
Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam)
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
O primeiro município de Santa Catarina, São Francisco (1553), deu origem a outros cinco: Porto Belo (1832), Itajaí (1860), Joinville (1851), Araquari (1876) e Garuva (1963). Por sua vez, Itajaí deu origem a outras seis cidades: Blumenau (1850), Brusque (1881), Penha (1958), Luiz Alves (1958), Ilhota (1958) e Navegantes (1962).
O território da Colônia Itajahy Brusque possuía o espaço geográfico descrito acima, o qual atualmente compreende 6 municípios catarinenses que foram se emancipando ao longo dos anos.
As datas que modificaram as delimitações territoriais de Brusque foram as seguintes:
Em 31 de julho de 1874, a Freguesia do “Santíssimo Sacramento do Itajahy” desmembrou as colônias do “Itajahy” e “Príncipe Dom Pedro”, formando a Freguesia de “São Luiz Gonzaga”.
Em 23 de março de 1881, a Freguesia de São Luiz Gonzaga foi elevada à categoria de município, sendo denominada a partir de então “Vila de São Luiz Gonzaga”. Em 17 de janeiro de 1890, o município São Luiz Gonzaga muda seu nome para Brusque.
Em 06 de agosto de 1892, o território de Nova Trento é desmembrado de Brusque, tornando-se um município.
Em 1957, o primeiro distrito a emancipar-se de Brusque e tornar-se município foi Vidal Ramos que, por sua vez, em 1961, este ainda deu origem ao município de Presidente Nereu.
Em 28 de abril de 1962, foram desmembrados de Brusque os municípios de Botuverá e Guabiruba.
Definiu-se, assim, o mapa de Brusque, o qual permanece inalterado até hoje. Brusque faz divisa com os seguintes municípios: Itajaí, Camboriú, Canelinha, Nova Trento, Botuverá, Guabiruba e Gaspar.
Extraído do livro “Brusque Cidade Schneeburg” de Saulo Adami.
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