sexta-feira, 14 de agosto de 2015

VIDA DE QUADRINISTA - parte 2: PRIMEIRAS OPORTUNIDADES


 Entre 1997 e 1999, ao trabalhar no Centro Comercial Stop Shop, tive a oportunidade de publicar quadrinhos no jornal “Notícias do Ninho”, que relatava as novidades do shopping, sendo distribuído para mais de 200 comerciantes do vestuário (com o tempo, muitos destes empresários passaram a ser os apoiadores da revista CARTUM). Na época, produzia as tirinhas do personagem Alaor, o Lojista, narrando situações vivenciadas pelos comerciantes deste segmento, além de charges com os funcionários da administração sobre acontecimentos de maior repercussão. Logo estava desenvolvendo tirinhas do Pafúncio e do Esponja para o provedor de Internet Bilunet, comandado pelo Fabiano Sabino. 
Este incentivo para a minha produção virar rotina era o empurrãozinho que faltava para amadurecer a idéia de uma revistinha em quadrinhos própria. Entre 1996 e 1999 foram desenvolvidos alguns protótipos de revista que não decolaram.
                                             
















  Primeira galeria de personagens desenvolvida para a revista CARTUM.




Com o nascimento do meu filho Igor, em 2000, é que foi tomada a decisão de que a revista teria que sair, pois ajudaria muito na economia doméstica...fralda custa caro. 
E foi então que no verão de 2000 para 2001, começaram a ser definidos os esboços de uma galeria inicial de personagens que teriam a incumbência de preencher as páginas das primeiras edições.

Então juntaram-se ao Pafúncio e ao Esponja: o Gordo, a Iolanda, o Zé Mané, a Mãe Dirá, o Bagatela, o Uruca, o Pastor Nelson Negador, o Barbosa, o Alfredo e outros mais. Tendo os personagens e suas características individuais definidas, iniciou-se a criação dos roteiros. Madrugada vai, madrugada vem e já temos roteiros para a primeira revista, que foi desenhada nas madrugadas do primeiro semestre de 2001 e lançada em junho deste ano.


Deixei propositalmente minhas férias acumularem no serviço para poder pegá-las no período bom para as vendas dos anúncios. Eu tinha 15 dias para fechar os anúncios necessários para financiar o projeto. Não sem muito custo e determinação, nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, as metas foram confirmadas.
Na terceira edição, eu já não dispunha de férias para vender as publicidades e tive que trocar o serviço que eu realizava de dia por outro que fosse noturno. Foi quando trabalhei de garçom por seis meses durante a noite e vendedor de publicidade durante o dia. Mas esse ritmo ficou um tanto cansativo, pois ao mesmo tempo tenho uma família e senti a necessidade de estar mais presente.
Então, em 2002 surgiram as Cartilhas CARTUM, que juntamente com as revistas CARTUM complementaram a renda necessária pra tocar o barco naquele período, aos trancos e barrancos. Foi quando começamos a sobreviver “somente” de quadrinhos, calejando o dedo arduamente.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              Aldo Maes dos Anjos em 2002, aos 27 anos.
(continua )


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