A Osterfest, ou "Festa da Páscoa", é realizada em Pomerode, a cidade mais germânica do Brasil (32.000 habitantes), há 19 anos, sempre de 01 de março a 01 de abril, no Centro Cultural, na rua Hermann Weege, nº 79.
Sua maior atração é a Osterbaum, uma árvore enfeitada com cascas de ovos de galinha pintadas. Em 2017, a árvore entrou para o livro dos récordes, com 82.404 cascas decoradas penduradas nos galhos. Este ano, pretende-se entrar para o Guiness novamente, com um récorde diferente. Mas não quero estragar a surpresa.
A Osterbaum nasceu da tradição das famílias alemãs de enfeitar as árvores com as cascas. A árvore seca representa a morte de Cristo e os ovos coloridos, a ressurreição. A festa ainda tem outras atrações, como gastronomia e artesanato típicos, além de atividades para as crianças.
No dia 26 de janeiro de 2021, a Secretaria estadual de Saúde enviou uma recomendação de que a tradicional festa não fosse realizada no Centro Cultural, como de costume. Para adequar a Páscoa em Pomerode a esta situação de pandemia, um novo formato foi idealizado para que os visitantes desfrutem do evento com segurança e encanto!
A intenção é aproveitar a novidade deste ano, a EIER PARADE (no estilo da "Cow Parade"), e os atrativos em cada local e ao redor da cidade. Na Eier Parade, serão colocadas casquinhas de ovos pintadas com 2,5 metros de altura, cada uma delas simbolizando os países que colonizaram a região, com obras de artistas locais.
O ovo que simboliza a imigração belga em Ilhota vai representar a tradição das HISTÓRIAS EM QUADRINHOS na Bélgica. Ele vai ter as cores da bandeira belga e vai apresentar duas imagens: de um lado personagens de quadrinhos criados por um artista belga. No caso, os Smurfs, criação de Pierre Culliford (1928/1992), mais conhecido por Peyo.
Pintar o ovo foi um enorme desafio, pois sou acostumado a desenhos pequenos em folhas A3 e A4. Ali me deparei com um enorme painel de 2,5 metros de altura e ainda por cima de superfície curva. Os únicos painéis que eu pintei na minha vida foram em 1998 e 1999 (foram 5 painéis de 1,5 e 2 mts de altura mas em superfície plana). De lá pra cá nunca mais tinha feito desenhos em escala maior. Isso deu o maior nó no meu cérebro. Ainda por cima pelo fato de estar cercado de diversos artistas experientes e consagrados que nem perceberam meu amadorismo.
Mas com a ajuda de três bravos pintores (meu filho Igor e os ilhotenses Sueli e Ilson), conseguimos realizar a obra em dois dias (13 e 14 de fevereiro), em um final de semana de muito suor, manchas de tinta e cãimbras pelo corpo. Na sequencia o pomerodense Mano ficou encarregado de passar uma cobertura de verniz automotivo, pois o ovo gigante ficaria exposto ao tempo.
Agradeço a hospitalidade, o churrasco e a simpatia do Siqueira, Mauricio, Mano e toda a turma do galpão, e também pelo honroso convite feito pela Associação Ilha Belga, presidida com competência e muita boa vontade pela Sueli e pelo Daniel em representar a imigração belga, presente no sobrenome Maes, herdado do meu avô materno. Desejo que meus ancestrais fiquem felizes com a homenagem e que os pomerodenses e visitantes da festa curtam bastante mais este ovo da Eier Parade.
Nos vemos em Pomerode no mês de março!!